O Magnata pai de trigêmeos

Capítulo 3



Capítulo 3

Anthony jogou o terno preto no sofá, ficando apenas com a camisa preta, que delineava seu torso forte e bem construído, prendendo a atenção de Anne, por alguns segundos, embora o homem mantivesse uma postura agressiva.

Recobrando a concentração, Anne abaixou o olhar. Ela não havia se esquecido completamente daquela noite e sabia como Anthony tinha o corpo musculoso e sensual.

― Por que você me trouxe aqui? ― A jovem perguntou, mesmo com medo. Ela se sentia insegura em falar qualquer coisa, na frente do homem poderoso e cruel, no entanto, assim que superou o medo e falou, ouviu um som estrondoso vindo de sua barriga faminta.

Anne se sentiu envergonhada. Desde que descera do avião, ainda não tinha comido nada. Além da fome, a exaustão da viagem e do voo finalmente a estavam afetando.

Então, Anthony disse, friamente:

― Você deve estar com fome ― e, virando-se para trás, ordenou com a voz potente ― sirvam a comida! ―

Um homem de meia-idade, com uniforme de trabalho, trouxe uma tigela de sopa quente e colocou sobre a mesa.

― Senhor Marwood, a sopa de frutos do mar está pronta ― o mordomo, chamado Hayden, anunciou e se afastou educadamente. Sua presença era tão sutil que foi como se ele nunca tivesse existido.

Quando Anne ouviu a palavra ‘frutos do mar’, seu rosto empalideceu.

― Você pode ter o seu jantar ― disse Anthony, com o olhar frio.

― Eu sou alérgica a frutos do mar. Mesmo com fome, não posso comer ― disse Anne, com a voz trêmula.

A alergia a frutos do mar da jovem era tão forte que, uma vez que ingerisse, se não fosse hospitalizada prontamente, sua garganta poderia fechar completamente, causando sua morte. Isso já quase tinha acontecido, uma vez.

― Então, você vai desperdiçar meu esforço? ― Os olhos de Anthony estavam cheios de ódio.

Sentindo um pesar intenso no coração, Anne percebeu que Anthony tinha servido a comida marítima de propósito. Ele queria matá-la.

― Não… eu não posso comer. Senão vou morrer… ― Anne resistiu e recuou.

Anthony avançou e, agarrando a jovem pelo braço, a atirou para a mesa, gritando:

― Coma! ―

― Ahhh! ―

Anne caiu sobre a mesa e a bolsa que segurava escapou de sua mão e rolou pelo cômodo.

Como, saindo do carro, ela tinha desligado o celular às pressas, não tinha conseguido fechar o zíper da bolsa a tempo e conforme rolava pelo chão, a bolsa despejava seu conteúdo, inclusive o celular.

Anne não se importava com os joelhos doloridos, enquanto olhava ansiosamente para o telefone exposto e, pior que isso, Anthony caminhava em direção ao aparelho e, assim que o homem pegou o telefone, Anne prendeu a respiração, em uma expectativa tão grande, que sentiu como se o coração tivesse parado de bater em seu peito.

Anthony girou o telefone na mão e notou que estava desligado. Então, apertou o botão na lateral para ligá-lo e percebeu que não era falta de bateria, tinha sido desligado intencionalmente.

Confusa e assustada, Anne começou a se justificar, dizendo:

― Eu… eu estou com medo da minha tia ligar, por isso desliguei… ― A jovem sabia o quanto Anthony odiava sua tia, considerando Sarah uma inimiga pessoal e achou que a desculpa funcionaria, mas estava errada.

― Senha ― Anthony a olhou com frieza.

Anne sentiu o medo aumentar e estava prestes a desmaiar, no entanto, sabia que tinha que manter a calma.

― Deixe-me… ― Anne se aproximou e cuidadosamente tirou o aparelho das mãos de Anthony. Então, voltou para a mesa, com medo de que o homem visse sua senha. Anthony percebeu o movimento e olhou para ela, com frieza e zombaria.

Anne abaixou a cabeça, fingindo digitar a senha, enquanto olhava ao redor. De repente, ela pegou a sopa de frutos do mar da mesa e jogou fora! Bam! A tigela se espatifou entre os dois, espalhando sopa quente por todo o chão, impedindo que Anthony se aproximasse rápido, correndo o risco de escorregar.

Os olhos escuros do homem brilharam de raiva, enquanto via a mulher escapar. Então, ele gritou:

― Segure-a! ―

Anne ficou apavorada e correu ainda mais rápido. Quando saiu da sala, viu seguranças que vinham pela frente e, rapidamente, fez uma curva. Vendo um lance de escadas, a jovem desceu correndo. No

entanto, seus saltos, que atrapalhavam sua corrida tornaram a descida ainda mais difícil. Foi quando a jovem perdeu o equilíbrio.

― Ahhh! ― Anne rolou escada abaixo.

Anthony a alcançou e ficou no topo da escada, olhando para baixo, sem demonstrar nenhum sentimento. O que ele via era Anne, deitada no pé da escada, desmaiada e com sangue escorrendo de sua cabeça ferida.

Anne acordou abruptamente, como se despertasse de um pesadelo, e se sentou, gemendo e se sentindo atordoada. Então, tocou a testa e encontrou um curativo, se lembrando de ter caído da escada. All text © NôvelD(r)a'ma.Org.

Mas, ela estava em um quarto desconhecido e, pela janela, percebia que o céu tinha ficado claro, lá fora.

Um pensamento passou por sua mente e ela apertou ansiosamente o peito, então, saiu da cama e foi ao banheiro.

Depois de fechar a porta, tirou o aparelho, que estava escondido no sutiã, entre seus seios. Enquanto corria, a jovem teve tempo de escondê-lo e, felizmente, não tinha sido revistada.

Anne não se importava com a condição em que estava, sua preocupação era outra. Então, apagou todas as mensagens sobre seus filhos. Afinal, ela tinha uma cópia de segurança em seu computador.

Depois, mandou uma mensagem para a babá:

‘Não me ligue e não deixe meus filhos me ligarem. Algo aconteceu. Eu te ligo quando terminar. Por favor, não se esqueça, é importante.’

Nancy, a babá, respondeu:

‘O que aconteceu?’

Mesmo com pressa, Anne digitou:

‘Não se preocupe, estou bem. Por favor, cuide dos meus filhos.’

Depois disso, a jovem saiu do banheiro e olhou cada centímetro do quarto. Não era familiar, mas a decoração luxuosa não tornava difícil para ela descobrir que aquele era um quarto da mansão.

Ela sabia que Anthony a havia colocado ali e não podia deixar de pensar no que ele tentava fazer. Mas, não importa o que ele queria, ela não deveria ficar ali por mais tempo. Ela teria que encontrar um jeito de sair.

Anne abriu a porta do quarto e encontrou as escadas. Mas, a mansão era tão grande que encontrar a saída lhe dava dor de cabeça. Depois de descer, ela não se importou em tentar recuperar a bolsa. Apenas com o telefone nas mãos, ela tentaria fugir. No entanto, foi barrada antes de chegar ao grande portão de metal.

Ela quase esbarrou no segurança e teve que recuar.

Anne tentou não entrar em pânico e disse:

― Deixe-me ir embora. ―

― Não posso. Esta é uma ordem do Senhor Marwood ― o segurança disse, com a voz fria, como a de uma máquina.

― Onde ele está? ―

― Não sei. ―

Anne sabia que não conseguiria passar pelo guarda, então, o que mais ela poderia fazer?

Desanimada, a jovem voltou ao quarto e ligou para Sarah:

― Tia, você não disse que Anthony havia deixado Luton, há muito tempo? Por que ele apareceu? ―

Anne não teria voltado para Luton se soubesse que o homem estava na cidade.

― Ele foi embora! Não tenho notícias dele há muitos anos. Nós, definitivamente, saberíamos se ele morasse em Luton e claro que eu teria contado a você! ―

Anne confiava em sua tia. Então, por que Anthony apareceu na festa? Para celebrar o aniversário do pai? Sem chance. Sarah tinha dito que Anthony havia cortado os laços com Ron e o resto da família Marwood, há muito tempo. Eles estavam completamente fora de contato. Então por que…

Anne acariciou sua testa. Sua cabeça estava doendo. Ela começava a supor que Anthony tinha comparecido à festa apenas para prendê-la.

― Anne, o que há de errado? O que aconteceu? Tentei te ligar algumas vezes, mas seu telefone estava desligado. ―

― Eu estou… bem. Eu vi alguns velhos amigos, e nós fomos beber em um bar. Eu bebi demais… ― Anne preferia mentir por não querer preocupar a tia. Afinal, Anthony já tinha conseguido o que queria.


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