Capítulo 64
Capítulo 64
Ele franziu as sobrancelhas, mas não se importou e seguiu seu caminho.
Bruno vinha cambaleante atrás dele, a ponto de cair nos campos ao lado, que estavam cheios de arrozais alagados. Se caísse, iria se sujar todo de lama, e seria um verdadeiro desastre.
Bruno não tinha a estabilidade de Daniel, porque Daniel era um ex–militar treinado em manter o equilíbrio, enquanto ele era apenas um funcionário.
Naturalmente, não tinha o mesmo equilíbrio que Daniel.
Rapidamente, Bruno ficou para trás.
Daniel foi em direção ao cemitério, enquanto ele ainda lutava no caminho estreito.
Por lá, depois de limparem os túmulos e acenderem as velas, Teresa e Mirella levaram as quatro crianças para colher canas–de–açúcar no tanque seco para brincarem.
As canas eram tão altas que, ao entrar nelas, mal se podia ver as pessoas.
Ao lado dos túmulos, só restavam Olivia e Vania.
Olivia estava arrumando o local.
Vania, preguiçosa, pegou uma almofada e se acomodou para tirar uma soneca.
Daniel se aproximou e logo de cara viu Olivia, seus olhos escuros se aprofundaram e ele disse: “Olivia, o que você está fazendo aqui?”
A voz masculina, grave e atraente, soava surreal naquele campo aberto.
Olivia pensou que estava alucinando, enquanto agachada, recolhia papéis não totalmente queimados para jogar na fogueira, e quando olhou para cima, viu as pernas impecáveis do homem. Seguiu com o olhar até encontrar um homem de terno, emanando uma aura de nobreza. Seu rosto era branco, com traços bem definidos e olhos profundos sob pálpebras marcadas e cílios longos, e lábios finos e sensuais.
Em meio à fumaça do campo, ele parecia um deus que havia descido à terra.
Quando Olivia o viu, sentiu o coração parar.
No segundo seguinte, ela se levantou nervosa, com os olhos arregalados e disse sem jeito: “Daniel, senhor Daniel, senhor Griera, porque é que está aqui?”
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Ele não deveria estar na Capital, no escritório mais sofisticado do Grupo Griera?
Como é que ele apareceu de repente nesse descampado?
Daniel deu um passo em sua direção: “Vim prestar homenagem.”
“Senhor Griera, você veio!” Vania acordou com o som da voz e, ao ver Daniel, sentiu o coração na boca e se apressou para cumprimentá–lo, tentando agradar.
“Como é que nos atrevemos a incomodá-lo para vir aqui?” Vania rapidamente pegou a almofada onde se tinha sentado e a colocou aos pés de Daniel para que ele não sujasse seus sapatos de
Couro
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Olivia revirou os olhos ao ver a bajulação de Vania.
Daniel olhou para a almofada aos seus pés, franzindo a testa descontente.
Ele não pisou na almofada, mas contornou–a e seguiu pelo gramado ao lado.
Havia vários túmulos ali, todas alinhadas com montes de terra e lápides à frente.
Atrás do túmulos cresciam salgueiros, cujos ramos pendiam, bloqueando parcialmente as lápides, como se fossem guarda–sóis.
Daniel seguiu o olhar até encontrar o nome de Sofia em uma das lápides.
Havia também um incensário na frente, com incenso ainda queimando, e papéis sendo queimados
no chão.
Ele pensou que encontraria uma foto de Sofia no túmulo, mas em vez disso, só havia um nome.
Olhando para os outros túmulos ao redor, percebeu que era o costume da Aldeia Souza não colocar fotos dos falecidos nas lápides.
Vania, ao ver que Daniel não pisou na almofada que ela havia preparado, não se sentiu envergonhada. Ela acendeu três varetas de incenso e as entregou a Daniel, dizendo com um
sorriso bajulador: “Senhor Griera, este é o túmulo da minha prima Sofia. O senhor pode prestar uma homenagem a ela.”
Olivia estava curiosa para saber que tipo de relação Daniel tinha com Sofia e por que ele havia vindo prestar homenagem a ela de propósito.
Ela se aproximou e perguntou: “Sr. Griera, eu sou muito grata por você prestar homenagem à minha prima, mas por que você está fazendo isso? Você a conhecia?”